sexta-feira, 15 de julho de 2016

  o mais valioso conhecimento ou o pai de todas as heresias                                 


 Antes de desenvolver o assunto quero deixar claro que, não é necessário que você acredite no Jesus O  Cristo, sendo possível entender o que escrevo na concepção de Jesus homem, personagem histórico, e para este sim, temos evidências suficientes e necessárias de sua existência.O foco é usar o que está escrito na bíblia, principalmente os evangelhos canônicos e implicações filosóficas, sociais e políticas especialmente no que tange seu entendimento e uso errôneo. Enfim, se você é quadrado e não se interessa e pensa que Jesus é um completo delírio, por favor, não leia.
O objetivo é mostrar que com paus e pedras criamos coisas boas e também criamos armas, mesmo sendo os mesmos paus e pedras.
 E finalmente, não culpe as ideologias, como concepções filosóficas do pensamento bruto, pelo uso que pessoas fazem e por todas as misérias que a humanidade criou a partir delas. A medida que alguém se apropria de um pensamento, o torna relativo e imperfeito, mesmo sendo os mesmos paus e pedras.
 Apóstulos, diáconos e pastores. três nomes próprios, três títulos de representação hierárquica (hierárquica?). Ora, pois, será que Jesus e a bíblia continuam distribuindo "títulos"? Aliás, o livro em questão passou por traduções e com isso, houve diversas adaptações a novas línguas porque obviamente nem tudo se pode traduzir literalmente de um idioma para outro. É no mínimo ignorância interpretar as escrituras com base estritamente verbal literal. Muito do que parecem ser títulos são adjetivos nos  textos mais primordiais.  Sabemos que Jesus escolheu 12 homens que ficaram conhecidos como apóstulos, discípulos de Cristo e ponto final. Títulos próprios reforçam o caráter hierárquico o que não deve haver.  
O que faz o mentiroso, acusador, malandro, desonesto, mal caráter, Diabo, Satanás, manipulador...qual característica tem um bom mentiroso? Um bom mentiroso é essencialmente um exímio conhecedor da verdade, e tal é bom no que faz por saber como distorcê-la, como desdobrá-la em uma antiverdade. 
 Na tevê, já tomada pela religião protestante que de Luthero tem pouco mas de Calvino tem muito, -vide a postagem cujo tema principal é a teologia da prosperidade no vídeo "Silas Malafaia contradição 1"-  ao assistir às programações, certamente concluímos que o Deus cultuado em questão é o pai do dinheiro e, certamente precisa de muito dízimo para sustentar seus templos. Ora,pois, Deus é um ser onisciente, onipresente e onipotente mas por algum motivo ele precisa dos louvores exagerados, sensacionalismo e músicas populares, com discos, camisetas e também do seu dinheiro para as obras do senhor, que são os enormes templos e igrejas luxuosos. Afinal, está na bíblia que:

"O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;"
                                    Atos 17:24

Mas, Jesus disse que devemos ir a igreja porque Deus está lá, né? Vejamos:
"Pois ode se reunirem dois ou três em meu nome, ali estou eu no meio deles".
                                     Mateus 18:20



terça-feira, 31 de maio de 2016

O LADRÃO

                               Contradições de um homem ou tradições do homem?


 Silas me levou a uma reflexão, ao ler sua figura eloquente nas entrelinhas. Seu personagem carismático, de forte diafragma, possui o que se configura como virtude ou infâmia: grande capacidade de persuasão. Afinal, o corrupto torna-se corrupto ou já o é antes de ser corrompido? Se analisarmos a semântica num contexto e a sintaxe da palavra, corrupto sofre ação de um corruptor que o corrompe e/ou corrompe-se por essencial desonestidade, mal caratismo e ganância que foram adquiridas de fatores existenciais-materiais. Mas de fato, o corrupto nasce num ponto determinado do seu cenário existencial ou é um monstro que emerge de seu lago fétido e escuro? Qual dos Silas pronuncia palavras de seu âmago, mesmo que tenha discernimento entre o verdadeiro e a heresia, qual deles fala do que acredita? Veja, a metamorfose de um pastor em lobo:
Contradição 01 - Silas Malafaia antes e depois.

                                A prosperidade do burguês e o ópio do povo oprimido

 Para Marx, o mundo funciona sobre pilares econômicos. Moral, valores e tudo quanto é construção social está diretamente relacionada a produção e consumo de bens e a relação entre a classe burguesa e proletariados. Maniqueísmo? Não, não é tão simples assim. Os neoclássicos e outras vertentes da economia fogem dessa realidade, buscam mascaração dessa realidade, na visão dos primeiros o que existem são "agentes econômicos", uma perspectiva que traz uma metodologia analítica, mas de um eufemismo grotesco frente ao limbo das desigualdades sociais.  E o que dizer do suposto binarismo ultrapassado de Marx que divide em uma relação fundamental quem detém o poder, terras e bens e aqueles que vendem seu trabalho. Aqueles que querem aumentar lucros e aqueles que querem aumentar a renda. O que traz o equilíbrio de longo prazo entre as duas classes, o apaziguamento do rancor dos oprimidos? Transpus abaixo um manuscrito de sua autoria.

"É este o fundamento da crítica irreligiosa: o homem faz a religião, a religião não faz o homem. E a religião é de fato a autoconsciência e o sentimento de si do homem, que ou não se encontrou ainda ou voltou a se perder. Mas o Homem não é um ser abstrato, acocorado fora do mundo. O homem é o mundo do homem, o Estado, a sociedade. Este Estado e esta sociedade produzem a religião, uma consciência invertida do mundo, porque eles são um mundo invertido. A religião é a teoria geral deste mundo, o seu resumo enciclopédico, a sua lógica em forma popular, o seu point d'honneur espiritualista, o seu entusiasmo, a sua sanção moral, o seu complemento solene, a sua base geral de consolação e de justificação. É a realização fantástica da essência humana, porque a essência humana não possui verdadeira realidade. Por conseguinte, a luta contra a religião é, indiretamente, a luta contra aquele mundo cujo aroma espiritual é a religião. A miséria religiosa constitui ao mesmo tempo a expressão da miséria real e o protesto contra a miséria real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo sem coração e a alma de situações sem alma. A religião é o ópio do povo."     
Crítica da Filosofia do Direito de Hegel (Zur Kritik der Hegelschen Rechtsphilosophie), Karl Marx. Escrita em 1843 e publicada em 1844 no jornal Deutsch-Französischen Jahrbücher



 Consequências múltiplas derivam de causas e causas são cumulativas. Causas são dinâmicas e se sustentam em estruturas consolidadas, ideias concebidas. A investigação da causa nos levará, sempre, a uma causa fundamental. Se cavamos um poço e nele não há água é porque não cavamos o suficiente. Isso explica o aparente dualismo simplório de Marx, a sua busca é pela infraestrutura, pela priori das relações sociais que alavancam todo o funcionamento e pensamento, seja coletivo ou individual, numa cultura.

 Silas, como muitos outros, é o burguês que declarou amor ao Deus-modelo dos homens. Silas tornou-se o burguês que se alimenta de suas ovelhas ignorantes, cansadas, oprimidas no trabalho, das intempéries, do descaso, da desigualdade e da busca errante por uma felicidade que lhes é modelo imposto pela classe dominante, que é:  o homem é aquilo que possui. Se pouco possuis, pouco és, se nada possuis...
A religião é um excelente negócio. E nas palavras de Jesus, em João capítulo 10:

  1. Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador.
  2. Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas.
  3. A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas, e as traz para fora.
  4. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz.
  5. Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.
  6. Jesus disse-lhes esta parábola; mas eles não entenderam o que era que lhes dizia.
  7. Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas.
  8. Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram.
  9. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.
  10. O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.
  11. Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
  12. Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa as ovelhas.
  13. Ora, o mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado das ovelhas